Notícias passageiras … mundo superficial?

Nós que ficamos conectados  o tempo todo com o mundo virtual cada vez mais temos sede de novidade, seja ela qual for. Percebe-se muito nas mídias como as notícias são passageiras, onde lá vem uma nova e nos faz esquecer a anterior…e rapidamente.
Parece que nos tornamos “superficiais”, onde muitas vezes discutimos a futilidade com mais afinco do que qualquer outro assunto de muito mais importância como a corrupção.
Há algumas semanas as pessoas discutiam nas redes sociais sobre um suposto estupro ocorrido num programa da rede Globo, o BBB 12. Via-se discussões acaloradas, uns contra e outros a favor, pessoas fazendo piadas, julgamentos e a cobertura de um canal concorrente na porta da outra emissora aguardando o resultado dos acontecimentos. Uns dizendo que foi “armação” da emissora para aumentar a audiência e etc. E hoje? Quase duas semanas depois esse assunto já está quase morto. O objetivo foi atingido? Aproveitemos o momento.
Queremos mais, queremos o novo. Tudo enjoa muito fácil. E no meio disso ainda surgiu a tal da Luiza, mais um “meme” da internet que virou mania, e a frase de um comercial dito pelo pai da moça virou a sensação da última semana: “Menos a Luiza, que está no Canadá.” Pois é, a garota voltou ao Brasil devido ao sucesso que fez na internet e televisão e foi entrevistada nas principais emissoras e mídia imprensa no país. Sim, nós gostamos disso. Precisamos daquilo que nos faz rir, sem precisar pensar. Seria errado? Creio que não, mas temos que saber discernir as coisas, equilibrar. Devo relaxar, mas enxergar o que se passa ao meu redor.
Enquanto isso, em São José dos Campos/SP, na comunidade Pinheirinho, estava acontecendo uma resistência dos moradores contra a reintegração de posse do local determinada pela justiça. E o confronto violento acabou acontecendo de maneira triste. Também vi discussões nas redes sociais sobre o tema, mas não chegou a ser tão comentado e divulgado quanto aos outros assuntos que citei (BBB e Luiza).
Por que o Pinheirinho não chamou tanto a atenção como o BBB ou a Luiza? Somos assim tão superficiais? Temas sociais são irrelevantes? São as mídias que nos induzem? São tantas as questões…e o que não falta é filosofia.
Temos o direito ao riso, momento de relaxar  e de não pensar em nada, mas também não podemos viver alienados ao que ocorre ao nosso redor. Posso não gostar de assistir noticiários devido à violência diária na telinha, mas estamos sujeitos a ela. Devemos debater esses temas, afinal fazemos parte de uma sociedade “organizada ou não” e pagamos impostos.
Vivemos numa rede/sociedade e não podemos fechar os olhos aquilo que é importante. Temos o dom da “PALAVRA” e do “PENSAMENTO”. Acredito que o ideal é tentarmos equilibrar as coisas…queremos rir da banalidade, mas não podemos ser sugados pela alienação. Não podemos deixar a corrupção nos usurpar e a violência nos matar. Nem tudo deve ser tão passageiro.
Nòs, seremos humanos, não somos virtuais. Somos reais, mas ainda não acordamos para a realidade. Pensar, equilibrar e agir.

 

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