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AO MEU MESTRE, COM CARINHO

| 02/02/2012 | 2 Comments

Ok! O título é manjado, mas é ao meu mestre que hoje agradeço o meu amor pela leitura e a escrita. O meu inesquecível professor de língua portuguesa, da minha 5ª série.

Lembro-me como se fosse hoje a chegada do professor Hélder a minha escola, um entusiasta vindo do nordeste. Ele era baixo, magro e usava sandálias de couro. Via-se o amor dele pela profissão e como ele nos instruía para que fôssemos alguém de verdade nesse mundo.

O mestre chegou revolucionando aquela escola pública de bairro operário. Não tínhamos uma biblioteca, e sim uma saleta com um amontoado de livros entulhados e empoeirados. E ele inconformado com aquilo resolveu arrumar aquela bagunça e ampliar a biblioteca, pois ao lado havia uma sala “inútil”. E assim começou o que chamo de uma revolução literária.

Ele venceu as burocracias e conseguimos a ampliação da sala, enfim conquistamos a nossa biblioteca. Ganhamos uma sala ampla com mesas e cadeiras, e prateleiras arrumadas com os livros ordenados por temas ou autores.

Confesso que não tinha noção do que aquilo significava, no auge dos meus onze anos, assim como as outras crianças também não. Mas como uma criança introvertida que era, ali naquela biblioteca a minha paixão começou a surgir. Surgiu com as sementes plantadas pelo nosso mestre e aonde a  terra/mente era “fértil” o cultivo das sementes/ideias  vingaram.

Todas as sextas-feiras tínhamos aula de leitura na biblioteca com liberdade para escolher o título que quiséssemos. E lá, cada um mergulhava em seu mundo escolhido… na ficção científica, no terror, na aventura, no romance, na história, na poesia… enfim tudo era uma descoberta. Além disso também escolhíamos livros para lermos em casa.

Ali descobri Monteiro Lobato, e mergulhei nos Reinos das Águas Claras, encantei-me com as Reinações de Narizinho, aventurei-me nas Caçadas de Pedrinho, joguei-me no Poço do Visconde e apaixonei-me pelas Memórias de Emília. Aquela boneca de pano que me fez entrar no mundo da fantasia.

Na leitura descobri o mundo mágico das palavras e com o passar dos anos descobri a força que elas tem. E quando bem  ou mal utilizadas o que elas podem fazer. Com os meus textos, os meus versos, os meus livros posso persuadir, encantar alguém ou o oposto disso… pois é isso que me fascina. As palavras são como armas ou flechas sempre com um alvo ou rumo certo.

Em pensar que naquela época só tínhamos o papel, claro que haviam computadores, mas não como atualmente. E agora escrevo aqui através do meu pc, e os livros que leio ainda são em papel, mas já uso o meu iPad para isso. O mundo  evoluiu em tecnologia, e os livros palpáveis ainda resistem e como é bom sentir o cheiro de um livro novo, tocar e virar as folhas, mas também não nego que gosto demais da leitura no tablet. Opções para leitura sempre são bem-vindas e vamos então aproveitá-las.

O gosto pela leitura deu-me uma maior capacidade para escrever, e  é ao meu mestre Hélder quem agradeço e com muito carinho por ter me apresentado esse lugar maravilhoso e infinito de fantasias, pensamentos, teorias, fundamentos, filosofias, ideias… a tudo aquilo que me faz ter a capacidade de entender as coisas. Quanto mais lemos, mais aprendemos e apreendemos e compreendemos o mundo, ou se não entendemos questionamos e filosofamos.

Professores que se dedicam a essa missão com amor e entusiasmo jamais são esquecidos pelos seus alunos, posso dizer que sou uma prova viva disso.

*Graças a internet consegui descobrir que ele está em plena atividade, autor de diversos livros e projetos de leitura, além de ser mestre e doutor em literatura brasileira

Ao meu professor, o mestre, o doutor  Hélder Pinheiro.

PS: Ana Paula Santana é colabora e escreve toda semana sobre temas variados.

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Category: Notícias

Comments (2)

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  1. Thiago disse:

    Acho que todo mundo teve, ou tem um grande professor. Aquele que se torna inesquecível. Que com certeza conseguiu passar bem os ensinamentos. Quando a gente entra na escola a gente sabe que o professor se torna parte fundamental da nossa educação. E é muito louvável a sua atitude de homenagear um ex professor. Tenho certeza que ele ficou honrado com esse reconhecimento. Parabéns Ana

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