Intolerância ao Homossexualismo
Por Ana Paula Santana
Um tema de discussão infinita a intolerância, o preconceito, que a maioria tem em relação a identidade sexual do outro quando ela não está dentro dos padrões “normais” ditados pela sociedade.
Estamos em 2012, e os debates continuam cada vez mais acirrados, e estão mais em evidência devido a uma maior disseminação nas redes sociais. É muito mais fácil ofendermos alguém utilizando os chamados perfis falsos (fakes), ou tem aqueles que se mostram mesmo e atacam pessoas “famosas” ou desconhecidas, pois o que tal pessoa faz com a outra “entre quatro paredes” não lhe agrada.
Então começam as ofensas gratuitas, as piadas infames, os rótulos. E me pergunto: Até onde vai a brincadeira e começa a ofensa? Por que o “diferente” ofende? Não gosto e não quero conviver, ou seja, abomino e não quero ver. Pensamento da maioria, talvez.
Poderíamos dizer que o gay “debochado”, bem afeminado, deprecia os outros homossexuais? Os humoristas utilizam-se desse estereótipo para fazerem as suas piadas. Qual o limite para se fazer uma piada? Um certo tipo de humor seria ofensa? A maioria dos humoristas utilizam-se do caricato para fazerem graça.
Como somos complexos, cheio de regras e padrões criados. Vivemos mergulhados em preconceitos…o tal se não me agrada não é bom, mas pode não ser para mim e ser para o outro. No que isso me agride? Uma relação de amor entre duas pessoas do mesmo sexo seria uma agressão? Se existe respeito onde está a agressão ou chamada imoralidade?
Tantas vezes me questiono sobre essa tal imoralidade. Sei que muitos aqui não veem com bons olhos casais homossexuais se “pegando” nas ruas. Para muitos é uma agressão a qual até entendo, assim como casais heterossexuais se “pegando” também pode ser uma agressão a vista de todos. Mas voltando a imoralidade, o que para mim seria imoral? Crianças nas ruas fumando crack, homens e mulheres sobrevivendo como zumbis. Pensamos diferente…
Recordo-me da última polêmica do deputado Jair Bolsonaro, ocorrida em novembro, onde ele, no plenário, questiona se a nossa presidente, Dilma, é homossexual. Isso ocorreu devido a um kit de combate a homofobia que seria distribuído nas escolas. O deputado ficou bem conhecido em 2011 por declarações preconceituosas, o que gerou muitas discussões nas mídias. E cada um defendendo o seu ponto de vista, os coerentes, os extremistas, os fanáticos religiosos, os farristas, os ofendidos e etc. Sei que o deputado, acabou por desmentir algumas declarações que fez, mas deixou claro sobre o que pensa.
Cada qual com seu extremismo, seja do contra ou do a favor, torna-se incoerente, pois o irracional o domina. Devemos achar um ponto de equilíbrio, sei o quão difícil isso é, pois em determinadas situações perdemos a razão, e aquele nosso lado “ruim” se manifesta e temos que parar e pensar. Agredir o outro, vomitar palavras ofensivas é o correto?
Acompanhamos nos noticiários, quase diariamente, casos de grupos de jovens que agridem homossexuais, onde espancam brutalmente e na maioria das vezes até a morte. Esse é o mundo em que vivemos. Outro dia houve um caso em que a vítima surrou o agressor. Esse tipo de atitude seria a correta? Agir também com violência? Agirmos como animais irracionais numa guerra sem fim.
Somos todos iguais como seres humanos, mas temos pensamentos, vidas diferentes. Entendo que o crescimento se faz, justamente, devido a essa diversidade. Não precisamos pensar igual ao outro, basta compreendermos e aceitarmos. As tais regras da sociedade sempre existirão, mas os preconceitos devem ser combatidos, e como a intolerância é imensa, a Justiça do tribunal deve ser utilizada. Enquanto não entendermos o significado correto das palavras RESPEITO e TOLERÂNCIA, o mundo continuará sendo bem difícil de se viver e continuaremos com essa absurda violência gratuita. E digo mais, perde-se a razão quando qualquer um dos lados age com violência.
Ana Paula Santana, formada em Comunicação Social/Publicidade e é uma das colaboradoras do SJC em FOCO, o jornal online de São José dos Campos.
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