Pinheirinho torna SJC destaque no mundo inteiro
Iniciada em 2004, a invasão da área de 1,3 milhão de metros quadrados pertencentes a Selecta, empresa do mega especulador financeiro Naji Nahas, que chegou a ser preso sob a acusação de ser o responsavel pela quebra da bolsa de valores do Rio de Janeiro, atualmente faz São José dos Campos ser destaque em jornais de diversos países.
Os vereadores podem acabar com os boatos da especulação imobiliária mudando o zoneamento do terreno para zona de interesse social, e a prefeitura poderia desapropriar e ainda utilizar parte do terreno para aliviar o problema da fila habitacional da cidade, construindo pelo menos mais 5.000 moradias. O Governo do Estado será responsabilizado caso haja violência, no cumprimento da ordem judicial.
São 8 anos de acupação. Nesse período muitas outras famílias se instalaram alí, e a prefeitura de São José dos Campos não se mobilizou para resolver a questão, sob a fragilizada justificativa de ser um problema do proprietário do terreno e da justiça. A sociedade está percebendo que não se resolve um problema social com tática militar.
Em contínuo clima de tensão, desde que a justiça determinou a desocupação da área, o ‘exército’ formado por moradores do bairro/acampamento vêm reforçando o armamento improvisado e a defesa do território, diariamente. Estão sendo estocados, em barracos, galões de combustível e também, estão produzindo bombas de fabricação caseira para reagir. Essa atitude dos líderes da ocupação e de integrantes do MST, certamente vai causar um disturbio psicológico em todos os moradores, e isso trará consequências muito maiores para a sociedade.
Mesmo sem nunca terem se envolvido em conflitos antes, e vindos das regiões Norte e Nordeste do país para trabalhar na construção civil, pedreiros e ajudantes de obras representam boa parte da ‘tropa de choque’ em defesa do bairro/acampamento chamado de Pinheirinho. “Se for para enfrentar, eu irei. Se for minha sina morrer pelas mãos da polícia, que seja. Tenho que defender a minha casa. Foi a única que consegui construir em toda a minha vida”, disse José Ribamar da Costa, 47 anos, que saiu há 20 anos de São Luis-MA para trabalhar como ajudante de pedreiro em São José. Como todo trabalhador, Ribamar e o ‘pelotão’ do bairro/acampamento têm em comum o sonho de uma moradia, e, para eles, mais importante que vencer a batalha é não desistir.
Estrategistas do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) reforçam o clima de tensão dos moradores na guerra contra a reintegração da área. O reforço chegou após determinação da Justiça, na última quarta-feira (11/01), para a reintegração de posse. Desde então o acesso ao bairro/acampamento está restrito, e os moradores ainda isolaram uma área para servir de ‘QG’, onde acontecem reuniões, e treinamentos de guerrilha com noções de defesa e ataque. O local é mantido sob sigilo absoluto e ninguém está autorizado a entrar.
Vários orgãos vêm se reunindo para resolver a questão de forma pacífica e sem a intervenção do Estado, exceto a prefeitura que aparentemente ignora toda e qualquer manifestação em favor de uma solução digna, uma vez que não compareceu em nenhuma reunião. Será que podemos constatar que a atitude do prefeito demonstra realmente existir uma espaculação imobiliária muito forte na cidade?
Enquanto isso moradores do bairro Santa Edwiges, protestam contra a construção de um galpão que supostamente serviria como centro de triagem dos moradores do bairro/acampamento. Ao invés do galpão os moradores do bairro reivindicam a construção de uma creche ou um posto de saúde.
Demonstrando responsabilidade social a OJE (Organização de Jovens e Estudantes), o Movimento Estudantil da cidade, que recentemente saiu às ruas para protestar contra o aumento da tarifa de ônibus, também apóia a resistência dos moradores, e mais, se prepara para um Mega Ato em repúdio a reintegração de posse nas proximidades do condomínio onde mora o prefeito. Essa manifestação da OJE foi intitulada de “Caça ao Cury” e menciona o Hino Nacional: VERÁS QUE UM FILHO TEU NÃO FOGE A LUTA!
O coletivo de estudantes prepara também uma ação na qual conta com a colaboração de artistas e produtores da cidade, para possibilitar aos moradores do bairro/acampamento o acesso as manifestações culturais.
Category: Notícias
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Com a reintegração eu começo a acreditar que existe justiça no Brasil!!! Não poderia ser diferente a reintegração era uma questão de honra para todos os que trabalha e conquistão seus bens pelo suor e não pela invasão.
Lamento que tenha chegado a este ponto, mas tuda a operação foi comunicada, só não saiu quem não quis e quem a liderança do acampamento não deixou…
Agradeço a força da Juiza Marcia Loureiro que em nenhum momento cedeu a pressão! São de pessoas assim que precisamos na nossa justiça. Obrigado a todos.