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Projeto Sonora Brasil chega ao Sesc para apresentar o universo das violas brasileiras

18/08/2015 – 21/08/2015

De 18 a 21, terça a quinta, às 20h e sexta às 21h, o Sesc  São José dos Campos recebe a itinerância do Projeto Sonora Brasil que aborda, na edição de 2015, o universo das violas brasileiras.

Com o objetivo de difundir expressões musicais identificadas com o desenvolvimento histórico da música no Brasil, o Sonora Brasil, em sua 18ª edição, escolheu dois gêneros musicais essencialmente brasileiros “Sonoros Ofícios – Cantos de Trabalho” e “Violas Brasileiras”, que irão circular o país nos próximos dois anos com grupos de diferentes pontos do Brasil.

Violas Brasileiras aborda quatro aspectos do desenvolvimento do instrumento no país, mostrando que o uso da viola ultrapassa as fronteiras do interior e chega às salas de concerto, ampliando sua presença nos espaços destinados à música clássica. Traça também um panorama do instrumento de cinco ordens e de suas variantes que apresentam características peculiares e regionalizadas, relacionadas a práticas musicais restritas a ambientes geográficos pouco abrangentes.

No sudeste, a viola se consagrou com as denominações caipira e sertaneja. Em São Paulo, no Paraná e no Mato Grosso, o uso da viola está ligado a gêneros musicais regionalizados e no Nordeste e Recôncavo Baiano, ela é encontrada em sua forma tradicional, mas também, é utilizada em variantes típicas da região.

A Viola Caipira/Sertaneja, a que mais se projetou difundindo o repertório das duplas de cantadores da região Sudeste e que aos poucos foi sendo incorporada em outras formações ligadas a repertórios populares, é apresentada por Paulo Freire (SP) e Levi Ramiro (SP).

A Viola na região Nordeste, reconhecida como acompanhadora dos repentistas e como instrumento solista com sonoridade nordestina, e ainda a machete, ligada aos sambas de roda da Bahia, são apresentadas por Ivanildo Vila Nova (PE), Antônio Madureira (PE) e Cássio Nobre (BA).

A Viola em Concerto, apresentada por Fernando Deghi (PR) e Marcus Ferrer (RJ), vem ampliando sua presença nos espaços destinados à música clássica desde a década de 1960, quando começou a receber a atenção de compositores como Theodoro Nogueira (1913-2002) e Guerra-Peixe (1914-1993).

Por fim, as Violas Singulares com suas peculiaridades e suas claras referências regionalizadas, como a viola de cocho em Mato Grosso, a de buriti em Tocantins, e a do fandango, ligada à cultura caiçara paranaense e do sul de São Paulo, são apresentadas por Sidnei Duarte (MT), Maurício Ribeiro (TO) e Rodolfo Vidal (SP).

Confira a programação completa:

Antonio Madureira, Ivanildo Vilanova e Cássio Nobre

Violas do Nordeste

Dia 18, terça, às 20h.

Antônio Madureira é violeiro, violonista e compositor, nascido em Macau (RN) e radicado em Recife (PE). Foi líder do Quinteto Armorial, uma das maiores expressões musicais do Movimento Armorial, e depois fundou o Quarteto Romançal.

Ivanildo Vilanova, pernambucano de Caruaru, é cantador e violeiro. Exímio improvisador, desenvolveu sua carreira como repentista em Campina Grande (PB), e apresenta a tradição do repente.

Cássio Nobre, maranhense, radicado em Salvador (BA), compositor, violeiro e pesquisador do samba de roda do Recôncavo Baiano, e em especial da viola machete, que revelam as transformações da prática musical tradicional na atualidade.

 

Sidnei Duarte, Rodolfo Vidal e Maurício Ribeiro

Violas Singulares

Dia 19, quarta, às 20h.

O músico e professor Sidnei Duarte, representa o estado do Mato Grosso e toca a viola de cocho, instrumento em que é especialista tanto no sentido técnico quanto no teórico, sobre o qual desenvolveu importantes pesquisas acadêmicas.

Rodolfo Vidal apresenta a tradição da viola fandangueira ou caiçara, com a qual convive desde sua infância em Cananeia (SP) e suas próprias criações musicais para o instrumento.

Maurício Ribeiro, do povoado de Mumbuca, cidade de Mateiros (TO), apresenta a viola de buriti, instrumento pouco conhecido fora do estado do Tocantins que tem sonoridade e características físicas bastante peculiares.

 

Levi Ramiro e Paulo Freire

Violas Caipiras

Dia 20, quinta, às 20h.

Levi Ramiro, além de violeiro respeitado por sua técnica, é detentor de conhecimento raro sobre gêneros como o cateretê e o cururu, e é um construtor de viola de cabaça, instrumento que será apresentado na circulação.

Paulo Freire se destaca como contador de causos acompanhado de sua viola, e possui a experiência ímpar de ter convivido com Mestre Manelim, no sertão do Urucuia, em Minas Gerais, onde teve contato com o universo da viola e dos causos mais autênticos das tradições do meio rural.

 

Fernando Deghi e Marcus Ferrer

Violas em Concerto

Dia 21, sexta, às 21h.

Fernando Deghi, paulista de Santo André, radicado em Curitiba (PR), desenvolve o seu trabalho em torno da composição, recuperação, divulgação e ensino de viola brasileira. Suas composições exploram as possibilidades deste instrumento, sobretudo em termos das muitas afinações possíveis e por intermédio dos mais variados estilos musicais, recorrendo a uma metodologia voltada ao desenvolvimento técnico e de repertório.

O carioca Marcus Ferrer é compositor, violonista e violeiro, mestre em composição pela Escola de Música da UFRJ e doutor em Teoria e Prática da Interpretação pela UNIRIO. Dedica-se ao estudo da viola desde a década de 1980, tendo lançado em 2009 o álbum Viola em Concerto, no qual interpreta obras compostas por encomenda a importantes compositores contemporâneos.

Sobre o Projeto Sonora Brasil

Cumprindo sua missão de difundir o trabalho de artistas que se dedicam à construção de uma obra de fundamentação artística não comercia, o Sonora Brasil consolida-se como o maior projeto de circulação musical do país realizando aproximadamente 480 concertos por ano, itinerando por mais de 130 cidades, a maioria distante dos grandes centros urbanos.

Tal ação possibilita às populações o contato com a qualidade e a diversidade da música brasileira além de contribuir para o conjunto de ações desenvolvidas pelo Sesc.

Busca despertar um olhar crítico sobre a produção e os mecanismos de difusão da música no país, incentivando novas práticas e novos hábitos de apreciação musical por meio de apresentações de caráter essencialmente acústico que valorizam a autenticidade sonoras das obras e seus intérpretes.

As apresentações acontecem no Auditório do Sesc com capacidade para 126 pessoas.

Grátis. Retirada de ingressos com 1h de antecedência. Recomendação etária 16 anos.

 

O Sesc São José dos Campos fica na Av. Adhemar de Barros, 999 – Jd. São Dimas. Mais informações pelo telefone 12.3904.2000 e no site sescsp.org.br/sjcampos

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